Boletim de Serviço Eletrônico em 12/09/2019

  

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

  

Resolução Nº 09/2019, DE 12 DE setembro DE 2019

  

 

O CONSELHO DE RELAÇÕES EMPRESARIAIS E COMUNITÁRIAS DA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ, no uso das atribuições que lhe foram conferidas pelo art. 10, de 04 de agosto de 2000 do Conselho Diretor;

CONSIDERANDO o Parágrafo 1º do Artigo 25 do Estatuto da UTFPR, aprovado pela Portaria Ministerial nº 303 de 17/04/2008;

CONSIDERANDO o Artigo 21 do Regimento Geral da UTFPR, aprovado pela Deliberação nº 07/09-COUNI, de 05 de junho de 2009;

CONSIDERANDO o Artigo 10 do Regulamento do Conselho de Relações Empresariais e Comunitárias da UTFPR, aprovado pela Deliberação 08/2010-COUNI;

CONSIDERANDO a portaria 1738/2016, que designa Douglas Paulo Bertrand Renaux como Pró-Reitor de Relações Empresariais e Comunitárias da UTFPR;

CONSIDERANDO as Portarias nº 871, de 22/04/2015,  e nº 555 de 28/03/2019,  do Reitor da UTFPR, que nomeiam os membros do Conselho de Relações Empresariais e Comunitárias, quadriênio 2015-2019;

CONSIDERANDO o  processo SEI 23064.034882/2018-03, analisado na na 12ª Reunião Ordinária, realizada em 15/05/2019 e Oficio nº 3, documento  SEI nº 1012853 com parecer favorável da Relatora Marcia Rozane Balbinotti de Lourenço para emissão da Resolução;

RESOLVE:

 

Art. 1º  Aprovar, na forma do anexo, o Programa de Extensão  PORTUGUÊS PARA FALANTES DE OUTRAS LÍNGUAS, Câmpus Curitiba.

Art. 2º  Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.



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Documento assinado eletronicamente por DOUGLAS PAULO BERTRAND RENAUX, PRESIDENTE DO CONSELHO, em 12/09/2019, às 13:18, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.


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ANEXO I À Resolução Nº 09/2019, DE 12 DE setembro DE 2019

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PROGRAMA DE EXTENSÃO

PORTUGUÊS PARA FALANTES DE OUTRAS LÍNGUAS

ÁREA TEMÁTICA: EDUCAÇÃO / direitos humanos

COORDENADORa : fernanda deah chichorro baldin

Câmpus curitiba

 

 

 

  1. ABRANGÊNCIA DO PROGRAMA

 

O Programa Português para Falantes de Outras Línguas (PFOL) abrange várias frentes e ações. Já em 2014, o Projeto nasce de uma perspectiva que alia ensino, pesquisa e extensão, por agregar professores com visão de que as pesquisas produzidas na formação de professores devem retornar para a comunidade e serem realizadas em conjunto, tanto por pesquisadores mais experimentados em suas áreas (professores docentes), como por estudantes que estão se formando professores pesquisadores, sem esquecer as comunidades interna e externa – os estrangeiros - para quem (e com quem) se realizam as ações. Experiências na extensão durante a graduação possibilitam aos estudantes de Letras vivências e olhares mais aprofundados para formá-los não só para o mundo de trabalho, mas para ação adequada e ética na comunidade. Ao longo desses quatro anos, oferecemos cursos de português para estrangeiros da comunidade interna (intercambistas) e da externa (especialmente migrantes refugiados e com visto humanitário). Desde o semestre passado (2018/1), estabelecemos relação com a secretaria municipal de São José dos Pinhais e desde agosto vimos realizando atividades dentro de outro projeto de extensão, que está no âmbito do almejado Programa Português Para Falantes de Outras Línguas. O Programa PFOL, portanto, continuará se constituindo a partir do tripé universitário: ensino, pesquisa e extensão. Entendemos que a pesquisa na formação de professores e o trabalho com estudantes brasileiros das Licenciaturas em Letras em sala de aula, coordenado e supervisionado por professores da UTFPR, possibilita a formação de profissionais mais reflexivos, competentes, compromissados e éticos porque muita da formação se dá in loco. A realização de pesquisas, com apresentação de trabalhos em eventos locais, regionais e nacionais é também uma prática importante não só para sua formação, mas também para socializarmos investigações feitas em nossos projetos e conhecer outros pesquisadores, estabelecendo redes. A extensão, ou seja, a integração da comunidade à universidade é parte fundamental do que entendemos pelo “ser” servidores públicos e por estar em uma universidade pública, fomentando nos estudantes a necessidade de estar atentos a demandas sociais e responsabilizar-se por parte da mudança. O atendimento com aulas e outras ações as estrangeiros intercambistas em nossa universidade possibilita a esses estrangeiros uma maior integração à cultura local, fazendo com que eles não somente se deparem com conteúdos relativos à sua formação, mas também vivam outras realidades no Brasil (inclusive ao interagir com estrangeiros migrantes, por exemplo). Para resumir, os projetos englobam ensino/aprendizagem de português para estrangeiros (estrangeiros provenientes das comunidades interna e externa); formação de professores em pré-serviço (estudantes de Letras); formação continuada de professores da Educação Infantil e do Ensino Fundamental (Projeto Da Mobilidade Populacional à Mobilização Educacional) e ensino/aprendizagem de português a crianças migrantes ou filhas de migrantes e seus familiares (Projeto Da Mobilidade Populacional à Mobilização Educacional) e ensino/aprendizagem de português a crianças migrantes ou filhas de migrantes e seus familiares (Projeto Da Mobilidade Populacional

 

 

Além disso, nossas ações têm se expandido de forma a promover atividades interdisciplinares, integrando diferentes áreas do conhecimento nas ações realizadas. Entendemos a construção de práticas discursivas – por meio da proficiência linguística – como possibilidade de enunciação de diferentes campos de conhecimento dos quais fazemos ou podemos fazer parte e que nos constituem ou podem nos constituir. No entanto, essas práticas também se materializam em ações específicas que permitem a concretização explícita de tarefas interdisciplinares que realizamos.

 

Um exemplo de interdisciplinaridade são as atividades da ação “Língua em Uso”, o qual promoveu encontros mensais sobre cultura brasileira a estudantes estrangeiros e brasileiros e servidores da UTFPR-CT, como maneira de criar espaços de convivência e troca de ideias. O projeto mencionado contou com o auxílio de alunos de outros cursos de graduação da UTFPR-CT, que contribuíram com o planejamento e a execução de parte das atividades – tocando instrumentos e compartilhando seu conhecimento sobre música popular brasileira (como samba e bossa nova) e acadêmicas (proferindo palestras sobre movimentos como a Tropicália). Também foram possíveis intercâmbios em que estrangeiros mostraram identidades suas, seja tocando e cantando músicas, seja explicando movimentos musicais de suas culturas.

 

Além do “Língua em Uso”, realizamos três eventos de formação inicial e continuada de professores – o Encontro de Português para Falantes de Outras Línguas (EPFOL), sendo que o último, organizado e realizado em maio de 2017, contou com uma mesa de internacionalização, na qual palestrantes da área de Engenharia, Direito e Letras contribuíram com suas formações e visões do assunto. A partir dos relatos dos participantes (da mesa e do público que compareceu ao evento), a atividade ampliou não só as discussões internas (as quais já haviam sido promovidas pela DIRINTER acerca da internacionalização das Instituições de Ensino Superior brasileiras), mas também à comunidade externa à UTFPR.

A partir dos laços estreitados com o Projeto de Português Brasileiro para Migração Humanitária na UFPR, o PFOL-UTFPR foi convidado para reuniões e atividades da Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM), atuando mais especificamente, na organização de um Grupo de Trabalho no VIII Seminário da Cátedra Sérgio Vieira de Mello, intitulado “A ampliação do conceito de refugiado e o consequente aumento de proteção”, o qual acolheu apresentações na II Conferência Latino-Americana da Cátedra Sérgio Vieira de Mello, na UFPR, nos dias 12, 13 e 14 de setembro de 2018. No Grupo de Trabalho do evento, diferentes áreas de pesquisa e promoção social se encontraram. Entre elas podemos enumerar direito, psicologia, linguística e linguística aplicada, mais especificamente ensino/aprendizagem de português para migrantes e refugiados – português como língua de acolhimento (PLAc).

 

O Projeto PFOL também tem ações conjuntas com o Projeto Saúde do Migrante, do Departamento Acadêmico de Física (DAFIS-CT), coordenado pela professora Anna Silvia Setti Penteado da Rocha. A referida professora e seu grupo realizam ações de saúde preventiva com os estudantes migrantes do projeto.

 

2- RESULTADOS RELEVANTES DOS PROJETOS QUE COMPORÃO O PROGRAMA PROPOSTO

 

Dois projetos compõem a proposta de programa, como já informado na seção anterior. O Português para Falantes de Outras Línguas (PFOL) existe desde 2014 e tem produzido resultados importantes. São eles: 1) construção de proficiência linguística em português, que possibilitou a aprovação de vários de nossos estudantes no exame Celpe-Bras – que é um dos requisitos para revalidação de seus diplomas estrangeiros no Brasil e também para o término de programas de pós- graduação stricto sensu no Brasil (e na UTFPR); 2) ingresso em cursos de graduação em universidades brasileiras, seja pelo SiSU (ENEM), seja por processos seletivos específicos; 3) formação em pré-serviço para estudantes de Letras da UTFPR, que realizam cursos, grupos de estudo e oficinas de profissionalização docente com os professores do Grupo de Pesquisa em PFOL do DALEM –CT e também participam como monitores em sala, auxiliando os professores nas atividades na sala de aula; 4) amadurecimento nos estudantes de Letras no que diz respeito à aproximação entre ensino, pesquisa e extensão – ao participar das aulas surgem perguntas de pesquisa que são investigadas e desenvolvidas para entendimento e, também, para apresentação em eventos – formação como pesquisador e sensibilidade para o outro (formação de um profissional responsável e ético); 5) estabelecimento de parcerias como são os casos da Universidade de La Sabana, que entre 2014 e 2017 recebeu estudantes de Letras da UTFPR para atuarem como professores de seus estudantes colombianos e também a parceria recém-iniciada com São José dos Pinhais e que visa a um atendimento a crianças migrantes e suas famílias; 6) parceria com as Faculdades Pequeno Príncipe (FPP) como campo de estágio para estudantes de Psicologia (graduação). Desde março de 2018, o PFOL recebe estudantes de estágio obrigatório de psicologia da referida instituição e eles participam de atividades em sala e também organizam oficinas orientadas por professora responsável da FPP e supervisionadas por esta e por professora integrante do projeto PFOL da UTFPR-CT; 7) contribuição para a construção de um campus multilíngue e multicultural, e, portanto, contribuição para a internacionalização que se volta para vários países e culturas; 8) espaço de acolhimento e integração a famílias migrantes e a seus filhos – que recebem atenção por meio de atividades lúdicas, enquanto seus pais ou cuidadores estão estudando em nossos cursos (ação denominada PFOLzinho, com potencial para tornar-se projeto).

 

3. ATIVIDADES PREVISTAS PARA OS PRÓXIMOS 4 ANOS

Nos próximos 4 anos, as seguintes ações serão realizadas no âmbito do programa: 1) Cursos regulares semestrais de português para estrangeiros (comunidades interna e externa); 2) Oficinas de português para estrangeiros, sobre temas que são relevantes para o público (aspectos de cultura; oralidade/pronúncia; escrita de textos acadêmicos, entre outros); 3) Encontros para falantes de Outras Línguas (EPFOL): evento que se tornou bianual. Sua próxima edição será em novembro de 2019; 4) Cursos de práticas escritas e orais para o Celpe-Bras; 5) Grupos de estudo, formações e eventos com o objetivo de refletir sobre a profissionalização docente em PFOL; 6) Monitoria de sala: com voluntários e bolsistas (busca de fomento para bolsas); 7) Oficinas ministradas por estudantes de Letras (de monitores mais experientes tanto para monitores mais recentes em nosso grupo como para estrangeiros (sempre sob supervisão de um professor da UTFPR); 8) Estabelecimento e consolidação da UTFPR-CT como centro aplicador do Celpe-Bras (processo está em andamento); 9) Organização do Observatório de Migrações da UTFPR – em parceria com a professora Anna Silvia S. da Rocha (DAFIS-CT); 10) Promoção de eventos com migrantes, que proporcionem seu protagonismo, em que possam apresentar e divulgar suas línguas e manifestações culturais de suas comunidades; 11) Consolidação de parcerias de pesquisa, ensino e extensão com outras instituições de ensino que trabalhem com português para estrangeiros, em especial em contextos de migração e refúgio.

 

4- INFORMAÇÕES RELEVANTES

 

O PFOLzinho começou seu funcionamento no 1º semestre de 2018, em decorrência das necessidades de alguns alunos de origem síria que passaram a frequentar nossos curso de português para estrangeiros. Tais alunos compareciam às aulas com seus filhos pequenos, já que não havia quem cuidasse deles. Por necessidade - para evitar a evasão dessas famílias - e por entender que parte do trabalho é promover a possibilidade de aprendizagem de português a migrantes e refugiados, construímos a ação intitulada PFOLzinho, cujo número de crianças vem aumentando.

 

A ideia original foi criar um grupo de monitores estudantes de Letras da UTFPR que ofereceriam atividades lúdico-pedagógicas para essas crianças durante o período em que suas famílias estivessem estudando. Esse grupo de monitores têm suas atividades supervisionadas pelas professoras concursadas responsáveis pelas turmas de PFOL.

 

As atividades da ação ocorrem em um espaço ao lado das salas de aula nas quais acontecem as aulas de PFOL, o que possibilita que as famílias sejam chamadas caso seja necessário. Essa organização física é fundamental e promove segurança tanto para a coordenação do Projeto PFOL e para as professoras supervisoras como para as famílias. O trabalho oferecido no PFOLzinho é dinâmico, promove atividades para as crianças de modo a fazer com que elas brinquem e se entretenham. Vimos buscando parcerias com Cursos de Pedagogia, de modo a oferecer atividades mais adequadas que promovam desenvolvimento especializado às crianças integrantes do PFOlzinho. Essa ação ainda não se constitui um Projeto, mas tão logo consigamos parcerias, pretendemos registrá-la como tal.


Referência: Processo nº 23064.034882/2018-03 SEI nº 1056296